O QUE É VIPASSANA?

Vipassana é uma prática de meditação em silêncio, voltada à atenção presente e ao senso de dignidade da presença lúcida e desperta. Costuma também ser definida como experiência do insight (in, dentro – sight, visão, ou experiência de visão interior). Vipassana é uma meditação que, no seu pleno desenvolvimento, atua como um “tira manchas”, ou seja, vai clareando o espaço interior da mente de seus pensamentos e de seus movimentos confusos, até que possamos apreciar e relaxar nas coisas como elas são. Vipassana é uma meditação que desenvolve a claridade panorâmica - a claridade do espaço - em que o contínuo surgimento e desaparecimento de pensamentos e emoções deixam de ser um problema por meio da espacialização da mente.

ORIGEM E SIGNIFICADO

Vipassana é um método de meditação originário do Budismo Hinayana. Vipassana é o termo em pali, antiga língua em que foram proferidos os discursos de Sidharta Gautama, o Buda. Em sânscrito, na língua indiana, é denominado vipashyana. Na língua tibetana se chama lhatong. A palavra vipashyana vem de “vi”, que quer dizer: especial, específico, superior; e pashyana que significa: visão, olhar. Ver de forma clara, direta, objetiva, cristalina. A palavra lhatong também tem o mesmo sentido em “lha”, especial, e “tong”, ver. Visão clara, visão interior, visão aberta, ou visão das coisas como elas são. Essa antiga prática pode ser utilizada por qualquer pessoa, devido a sua simplicidade técnica.



A PRÁTICA NO RETIRO

O retiro se desenvolve basicamente com práticas de vipassana, meditação caminhando (kin-hin), música evocativa, ensinamentos (palestras) e troca de experiências. O tempo se dividirá em momentos de comunicação e períodos de silêncio. Nesses, a orientação será de reduzir os movimentos, aumentar a consciência dos atos e recolher a palavra.

A prática do vipassana é feita com períodos de meditação sentada, em assentos apropriados. Seguida de exercícios de caminhada contemplativa e/ou momentos informais de simplesmente estar consigo mesmo.

ENSINAMENTOS

Os ensinamentos proferidos durante o retiro se vinculam ao entendimento teórico e técnico da prática (aprender a sentar, ajustar a postura e focar a atenção presente), seguido de temas que surgem da prática ou que se relacionam à psicologia da meditação e à introspecção.

Com a prática do vipassana todos acabam tendo acesso aos ensinamentos sobre a noção de espaço sentido, espaço psicológico e espaço aberto do existir. Esses ensinamentos equivalem aos passos de amadurecimento do vipassana, quando brevemente se tem o sabor das práticas avançadas em meditação.

MÚSICA EVOCATIVA

A meditação absolutamente nada tem que ver com a música, pois não se medita com música. Quando estabilizamos internamente, depois de um período de meditação em silêncio, o uso de determinada música (não qualquer uma) poderá ampliar e aprofundar o estado desenvolvido. Dessa forma, a música é um auxílio e não um subterfúgio meditativo. Esse momento seria uma passagem da meditação à contemplação. Tanto a música clássica e erudita ocidental (Bach, Beethoven, Brahms, Mozart, Wagner...) quanto a música étnica (Japão, Tibet, Índia, China Irã, Turquia, Síria...) são músicas de valor introspectivo muito rico.

UMA OPORTUNIDADE DE MEDITAR

O sentido desse retiro é ensinar meditação sem vínculos religiosos, ou seja, sem ritos, compromissos espirituais ou cerimônias rígidas. A proposta é aproveitarmos a possibilidade de sete dias de prática e estudo em ambiente adequado, para criar maior familiaridade com a prática, além de trabalharmos os obstáculos e o amadurecimento da meditação.
O retiro é aberto às pessoas que desejam começar a praticar, assim como a antigos praticantes que desejam receber novas fundamentações. Em se tratando de um retiro de meditação, toda a prática está voltada para estar consigo, estudar e praticar com vistas a uma maior compreensão e contato interior.

REQUISITO

A todos os inscritos será solicitado um relatório prévio contendo: nome, idade, profissão, localidade de origem, estado de saúde, uso de medicação (quando for o caso), condições físicas. O relatório deve conter também informações sobre o tempo de inserção desta prática na vida cotidiana, regularidade, qual o contexto de meditação e que tipo de meditação a pessoa conhece e pratica. Quando o participante ainda não é um praticante, deve escrever sobre seu interesse e sua expectativa ao vir ao retiro.